A assembleista, que equivale a uma vereadora, Guadalupe Velazco, e o militante de movimentos sociais, Enrique Diaz, ambos da cidade de Sucumbíos, visitaram serviços municipais para replicarem experiência bem-sucedidas em Mauá, em seu município
A primeira agenda em Mauá das lideranças equatorianas da província de Sucumbíos — a assembleísta (equivalente ao cargo de vereadora) Guadalupe Velazco e o líder comunitário Enrique Diaz — foi na Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres da Prefeitura de Mauá. Eles foram recebidos pela secretária municipal, Cida Maia, e pelo secretário de Relações Institucionais, Edilson de Paula.
Os visitantes atuam em políticas de desenvolvimento comunitário no Equador e trabalham no Fundo Equatoriano para o Progresso da População (FEPP). Vieram a Mauá para conhecer iniciativas locais voltadas à prevenção da violência doméstica, ao funcionamento do Restaurante Popular e às políticas de saúde pública, especialmente as direcionadas às crianças.
Nesta primeira atividade, Cida Maia apresentou o ‘Botão do Pânico’, disponível por meio do aplicativo ‘ANA’ — uma ferramenta tecnológica instalada no celular de vítimas que possuem medida protetiva em vigor. O botão envia um alerta imediato à central da Guarda Civil Municipal, que aciona a Patrulha Maria da Penha. O sistema utiliza a geolocalização por GPS para indicar o risco iminente de aproximação do agressor. A ferramenta está integrada à Rede Viva Maria.
Guadalupe perguntou sobre as formas de garantia de sobrevivência às mulheres atendidas. Em resposta, Maia explicou o trabalho integrado com outras secretarias municipais, como Saúde, Educação, Assistência Social, Trabalho, Renda e Empreendedorismo. Destacou que, apenas neste mês, três mulheres foram encaminhadas para vagas de emprego e outras foram direcionadas para cursos de capacitação. Todos os encaminhamentos são feitos de forma sigilosa, visando proteger a privacidade das atendidas.
Enrique Diaz quis saber mais sobre a estrutura do serviço. Maia respondeu que a equipe é composta por quatro assistentes sociais, duas psicólogas, uma advogada que também atua como gerente, duas outras gerentes, três profissionais administrativos, sete orientadoras sociais, dois motoristas e quatro assistentes. As equipes atuam nas regiões com maior registro de violência doméstica, colando cartazes em pontos estratégicos e mobilizando lideranças comunitárias para disseminar informações. Como resultado desse trabalho, somente na primeira quinzena de maio, 25 mulheres procuraram espontaneamente a secretaria em busca de informações e acesso aos serviços.
Atualmente, a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres acompanha 150 medidas protetivas em vigor, além de realizar atendimentos diversos. Foram registrados 41 boletins de ocorrência e há um efetivo de cinco guardas civis municipais dedicados à atuação nesse setor.
Edilson de Paula destacou que “a maioria das violências ocorre nos finais de semana, quando os agressores estão em momentos de descontração e, muitas vezes, fazem uso de bebida alcoólica, o que potencializa os episódios de violência.” Cida Maia complementou falando sobre o programa “E agora, José?”, que desenvolve ações de desconstrução do machismo, especialmente com agressores que respondem judicialmente, além de envolver outros públicos masculinos interessados em combater a violência doméstica. “Os integrantes do grupo visitam os campos de futebol aos fins de semana para divulgar a campanha de combate à violência contra as mulheres”, explicou a secretária.
Guadalupe e Diaz seguiram para conhecer outras ações da Prefeitura, como o Restaurante Popular e o atendimento de saúde voltado às crianças. Ambos são integrantes da San Martín de Formación de Instrumentos de Reivindicación de Derechos Colectivos y Económicos, iniciativa viabilizada por sua participação na Vigília Permanente da província de Sucumbíos.