Índices de larvas do Aedes aegypti em três bairros preocupam Secretaria de Saúde de Mauá
Às vésperas do verão, levantamento identificou riscos maiores de proliferação do mosquito transmissor da dengue no Parque São Vicente, no Jardim Oratório e na Vila Assis Brasil
O mais recente ciclo da ADL (Avaliação de Densidade Larvária) realizado em Mauá acendeu sinal de alerta entre as equipes técnicas da Secretaria Municipal de Saúde. O levantamento identificou índices elevados de larvas do inseto no Parque São Vicente, no Jardim Oratório e na Vila Assis Brasil – bairros que passam a ser considerados prioritários para ações imediatas de controle do mosquito transmissor da dengue, da zika, da chikungunya e da febre amarela.
A metodologia, padronizada pelo Ministério da Saúde, envolve a divisão do município em estratos, seguida de vistorias por amostragem realizadas pelos ACEs (Agentes de Combate às Endemias). Em cerca de 20% dos imóveis selecionados aleatoriamente, os agentes inspecionam depósitos, caixas d’água, quintais, calhas e qualquer recipiente capaz de acumular água parada. A partir do percentual de imóveis com presença de larvas do Aedes aegypti, calcula-se o IIP (Índice de Infestação Predial), indicador oficial do risco de adoecimento da população.
“O levantamento mostrou que temos pontos críticos que precisam de intervenções rápidas e contínuas. Importante ressaltar que a prevenção começa dentro de casa, e somente teremos sucesso se cada morador fizer a sua parte”, destacou Fabiana Marinho de Macedo Vieira, coordenadora da Vigilâncias em Saúde de Mauá.
A preocupação das autoridades se justifica diante da proximidade do verão, período historicamente associado ao aumento da proliferação do mosquito. A estratégia de enfrentamento ao Aedes aegypti tem sido ampla e permanente em Mauá. “O combate é diário, e não podemos permitir retrocesso justamente no período de maior risco”, alertou Eliene de Paula Pinto, secretária municipal de Saúde.
Nos últimos dois meses, as atividades contra a dengue foram intensificadas em toda a cidade, com mutirões de vistorias, orientações casa a casa, inspeções em comércios e áreas públicas, reforço em campanhas educativas e formação de 182 novos brigadistas de combate às arboviroses – servidores de diversas secretarias capacitados para multiplicar ações de prevenção e orientar a comunidade.
Os indicadores gerais de 2025 mostram avanços importantes no trabalho de combate ao mosquito. Em menos de um ano, os casos de dengue na cidade caíram 85% em relação a 2024 — redução de 11.531 para 1.679 registros até novembro. O município também celebra o fato de não ter registrado mortes pela doença neste ano, frente aos 11 óbitos contabilizados a 2024.
Atualmente, a vacina contra a dengue disponível no país é oferecida gratuitamente apenas a adolescentes de 10 a 14 anos, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde. Enquanto aguarda a incorporação da Butantan-DV ao calendário nacional – primeiro imunizante de dose única contra a dengue no mundo, produzido no Brasil e recentemente aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) – o município continua realizando ações para eliminar focos de água parada e conscientizar a população.
“Fazemos apelo para que a população nos ajude nesta difícil tarefa de eliminar focos de água parada. São atitudes simples, mas que geram enormes e importantes resultados na luta contra o mosquito”, acrescentou Fabiana Marinho.








