Ausência da Candidata Amanda Bispo no Debate do G1 deixa evidente a Importância de Representatividade Feminina na Eleição de Mauá
O debate promovido pelo G1 hoje à tarde (30/8) foi um momento de extrema importância para que os eleitores conhecessem as propostas e visões dos candidatos a prefeito de Mauá.
Entre os candidatos que participaram do debate estiveram presentes: Átila Jacomussi (União), Marcelo Oliveira (PT), Sargento Simões (PL) e Zé Lourencini (PSDB); as regras foram apresentadas e aceitas por representantes dos candidatos em reunião realizada na sede da Globo. O debate teve cinco blocos de discussão, sendo três deles com tema determinado (Educação, Segurança Pública e Saúde) e dois com temas livres.
No entanto, a ausência da candidata Amanda Bispo, do Partido UP, deixou uma lacuna importante no evento.
Nos últimos dias, a candidata do UP (Unidade Popular) à Prefeitura de Mauá expressou sua profunda indignação com a decisão do G1 de excluí-la do debate com os candidatos ao Executivo mauaense.
Ela usou as redes sociais e outros meios de comunicação para manifestar seu descontentamento e destacar a importância de sua participação no evento.
Mas o leitor pode estar a se perguntar: quem diabos é Amanda Bispo?
Amanda Bispo é formada em engenharia, residente em Mauá, militante feminista e coordenadora da Casa de Referência Helenira Preta. Ela é a única candidata à prefeitura de Mauá e foi a mulher mais votada em 2020. Seu vice é o Seu Pedro (61), que foi coordenador do Movimento Luta nos Bairros e residiu na Ocupação Antônio Conselheiro (Jd. Estrela). Eles representam o Partido UP (Unidade Popular) que é uma legenda política brasileira com uma ideologia voltada para a esquerda e o socialismo.
Em um vídeo publicado em sua rede, enquanto estava a protocolar um ofício na emissora de TV, a candidata declarou: “Uma cidade que nunca teve uma prefeita eleita. Nós precisamos denunciar esse absurdo! A última pesquisa que foi feita pelo ABC, Reporter O Diário, em julho, mostra que o terceiro lugar pela margem de erro está em empate técnico. É o nosso direito poder participar do debate, apresentar as nossas ideias. Inclusive, porque, nós somos o único partido, a Unidade Popular, com coragem de botar o dedo na raiz do problema. A prefeitura de Mauá precisa estar na mão das mulheres e trabalhadores.”
Em meio as acusações e denúncias expressas pelas falas decoradas e já “manjadas” pelo povo. A presença feminina neste debate político seria uma via plausível para garantir diversidade de perspectivas e experiências. O enfoque único para questões como igualdade de gênero, inclusão e políticas sociais teriam um outro sabor na assimilação das ideias. Porém, a presença dos candidatos marcou a polaridade expressa nos últimos anos da política mauaense. Em que figurinhas carimbadas apresentam a mesma velha-nova política de sempre. Uma mulher, que tem a oportunidade de expressar o seu pensamento e com uma fala livre ainda está longe de ser uma realidade na “República das Chuteiras.” Claro que existe uma justificativa para o número de candidatos que estavam no debate, segundo declaração da emissora, e apesar da sua ausência, a campanha de Amanda Bispo continua firme em seu propósito de apresentar uma visão inovadora e inclusiva para a administração de Mauá. Mesmo assim, uma lacuna continua, parece que tudo poderia ser de outra maneira, mas fica a indagação: algum dia haverá igualdade para todos?
Texto: Wagner Costa
@wagnerr567
Jornalista e Escritor
MTB: 87624/SP